sábado, 17 de maio de 2008

PESQUISA SOBRE GASTOS FAMILIARES TERÁ INFORMAÇÕES SOBRE HÁBITOS ALIMENTARES

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) relativa aos anos de 2008 e 2009 trará pela primeira vez informações sobre a evolução dos hábitos alimentares da família brasileira. O novo questionário vai investigar, por exemplo, o consumo efetivo de alimentos dentro e fora dos domicílios, o uso de produtos orgânicos, light e diet, e hábitos considerados de desenvolvimento sustentável, como a coleta seletiva de lixo e o uso de energia elétrica proveniente de fontes alternativas.


Ao apresentar hoje (16) o novo modelo do levantamento, o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Nunes, destacou que os dados vão traçar uma radiografia do novo padrão de vida do brasileiro.


"A primeira vez que fizemos uma pesquisa sobre o orçamento das famílias foi em 1974, com atualizações a cada cinco anos".


Segundo Nunes, de lá pra cá o padrão de vida se modernizou e são essas modificações que a pesquisa quer captar, principalmente os aspectos referentes aos cuidados com a saúde.


"Queremos identificar o perfil sócio-econômico desse consumidor. A preocupação ambiental e com o saneamento também faz parte dessa pesquisa para que possamos dar um retrato atualizado sobre as condições de vida da população e de seus domicílios", explicou.


A equipe de cerca de 750 entrevistadores e supervisores também vai apurar o peso e a estatura de cada integrante do domicílio, a renda dos moradores, as despesas coletivas das famílias (água, luz, telefone) e individuais. Ao longo de um ano, serão visitados 65 mil domicílios espalhados pelo país, onde vivem aproximadamente 230 mil pessoas. A coleta de dados em cada unidade poderá durar até nove dias.


O resultado da POF 2008/2009, que também vai trazer informações sobre despesas relacionadas à saúde, turismo e cultura, vai permitir ao IBGE atualizar a cesta de produtos dos Índices de Preços ao Consumidor, divulgado mensalmente, e seus respectivos pesos.


A coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcelos, destacou que as informações, que serão obtidas por meio do levantamento, vão ajudar a orientar e direcionar de maneira mais adequada as políticas públicas desenvolvidas pelo governo federal à nova realidade brasileira .


"Vamos usar esse novo retrato na promoção da alimentação saudável, que impacta diretamente o perfil epidemiológico da população. Nos últimos 30 anos, o Brasil mudou muito o seu padrão de consumo e a gente precisa conhecer e detalhar como essas escolhas alimentares vêm ocorrendo para definir melhor políticas que façam a população perceber a necessidade de
consumir alimentos que não produzam doença", disse.


Para produzir o levantamento, orçado em R$ 23 milhões, o IBGE conta com o apoio do Ministério da Saúde e do Banco Mundial. A divulgação dos primeiros resultados está prevista para o final do ano que vem.

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