terça-feira, 24 de junho de 2008
EDSON FAUSTINO É LEVADO PARA PRESÍDIO EM BELO HORIZONTE
Tribuna do Norte
O ex-secretário estadual de Turismo Edson Faustino prestou depoimento ontem na Polícia Federal, em Belo Horizonte. Ele está sendo investigado como suspeito de integrar um possível esquema de desvio dos recursos públicos que seriam destinados à construção de moradia popular. A PF aponta o potiguar como um dos suspeitos de atuar como lobista. O esquema teria fraudado, de acordo com as investigações, recursos do Programa de Aceleração do Crescimento.
Edson Faustino foi preso em São Paulo, na última sexta-feira, onde prestou o primeiro depoimento. No final de semana, ele foi transferido para Belo Horizonte. A prisão temporária contra Edson Faustino e os outros 37 envolvidos na Operação João de Barro encerra hoje. Mas a Polícia Federal poderá optar por pedir a prorrogação por mais cinco dias ou até pedir a prisão preventiva, para manter os acusados detidos até ser concluída a investigação.
O ex-secretário estadual de Turismo está preso na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, na Grande Belo Horizonte. Ele se encontra, junto com os outros 26 envolvidos, já que 11 denunciados estão foragidos. Edson Faustino está em uma ala da penitenciária destinada aos presos temporários e provisórios sob investigação da Polícia Federal.
O pai de Edson Faustino, o ex-deputado federal João Faustino, fez recentes declarações à imprensa afirmando que o filho é inocente. Para ele, tudo não passa de um “grande equívoco”. João Faustino disse que o filho trabalha para uma empresa multinacional que produz ferro e aço fundido. “Essa empresa não presta serviço para órgão público e há seis anos Edson não exerce cargo público e também não tem qualquer relação com órgãos públicos”, chegou a declarar João Faustino. Na tarde de ontem a reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou entrar em contato com João Faustino, mas o celular dele estava desligado.
Durante a Operação João de Barro a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão no apartamento de João Faustino, no bairro de Areia Preta, em Natal. Um computador foi levado para ser averiguado pelos peritos da PF. O equipamento deverá ser analisado essa semana, juntamente com os outros documentos coletados pela Polícia Federal nas residências e escritórios dos outros envolvidos na João de Barro.
A investigação da Polícia Federal na Operação João de Barro apontou para o envolvimento de empresários e lobistas com a participação de deputados, prefeitos e funcionários públicos. A organização criminosa já controlava R$ 700 milhões de recursos públicos destinados à construção de casas populares e a obras de saneamento básico. Mais R$ 2 bilhões em recursos públicos, provenientes de emendas parlamentares e de financiamentos da Caixa e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estavam na mira da quadrilha. Esse dinheiro deverá ficar retido durante as investigações, para evitar novos desvios.
A operação “João de Barro” envolveu mil agentes, mobilizados para cumprir 38 mandados de prisão e 230 mandados de busca e apreensão em sete estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Goiás e Tocantins e Distrito Federal. No total, 119 prefeituras são alvo das investigações, a maior parte em Minas Gerais. Dentre as diligências cumpridas pelos agentes, foram vasculhados os gabinetes de dois deputados federais, João Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG).
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