segunda-feira, 9 de junho de 2008

MOSSORÓ INAUGURA MEMORIAL QUE EXALTA RESISTÊNCIA A LAMPIÃO

O dia era 13 de junho de 1927. A população de Mossoró, liderada pelo prefeito Rodolfo Fernandes, estava a postos para a batalha. Foi a grande luta para proteger a cidade do temido cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, que ameaçava invadir a cidade e saquear o comércio.

O final dessa história é conhecido. O povo mossoroense enfrentou e derrotou os invasores. Como se diz vulgarmente, botou Lampião pra correr. O cangaceiro ainda perdeu dois homens: Colchete, morto durante o combate, e Jararaca, que foi baleado e acabou preso. Dias depois, foi morto e sepultado no Cemitério São Sebastião.

Até hoje o feito da resistência é contado com orgulho pelos mossoroenses. Tanto que a cidade construiu um espaço próprio para homenagear aqueles heróis. Trata-se do Memorial da Resistência de Mossoró. Um projeto de R$ 2,5 milhões, que se tornou viável com recursos da arrecadação municipal, e que resgata todos os ângulos do feito de 1927.

A inauguração do Memorial da Resistência se realizou quinta-feira, 4, pela prefeita Fafá Rosado. ‘‘Estamos diante de um março da história de Mossoró. Uma obra tão bela quanto inteligente’’. Com estas palavras, a prefeita Fafá Rosado iniciou, o discurso de inauguração do Memorial, monumento em exaltação aos heróis da resistência à tentativa de invasão do bando de Lampião à Cidade, em junho de 1927.

ôDurante oito décadas escrevemos, encenamos e enaltecemos o episódio da resistência dos mossoroenses ao bando de Lampião. Hoje, estamos gravando essa história em concreto, calcário e tijolo aparente, reafirmando que essa história continuará a ser contada por mais oitenta anos, pelo menos’’, disse a prefeita Fafá Rosado.

O Memorial da Resistência mostra os aspectos econômicos, sociais e culturais do município naquela época. O secretário da Cidadania, Francisco Carlos, disse que a batalha também está destacada, além de um aprofundamento do cangaço como manifestação social.

Francisco Carlos chama a atenção para a grandiosidade e a qualidade dos painéis que ilustram o Memorial, e que foram produzidos pela empresa Paluana Comunicação, do Rio de Janeiro, especializada nesse tipo arte. A Paluana tem em sua lista de clientes instituições como o Ministério de Minas e Energia, a Petróleo Brasileiro S/A (PETROBRAS) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O presidente da Fundação Municipal de Cultura, Antônio Gonzaga Chimbinho, explica que o Memorial, formado por um conglomerado de quatro prédios, enfoca A Cidade, A Batalha,O Cangaço e o outro prédio com espaço para exposições, mirante, café e loja de suvenirs.

No prédio A Cidade, mostra-se a evolução de Mossoró, com seus fatos históricos, por exemplo temas como a libertação dos escravos, cinco anos antes da assinatura da Lei Áurea, o primeiro voto feminino e a eleição da primeira prefeita e primeira deputada estadual. Nesse espaço também são retratados os festejos populares, com destaque na áFesta de Santa Luzia.

Grandes painéis ilustram o prédio A Batalha, em que se destacam aspectos da resistência dos mossoroenses ao bando de Lampião, com seus personagens e suas histórias. No prédio do Cangaço, a história desse movimento é contada em detalhes e ilustrada em painéis que destacam Lampião e seu bando.

Toda a produção dos painéis, bem como a dos textos narrativos dos fatos históricos e a montagem do Memorial, foi acompanhada por uma comissão que reúne pesquisadores, historiadores, professores universitários e pessoas que se dedicam ao estudo e pesquisa da vida de Mossoró no tempo.

O Memorial da Resistência de Mossoró é um projeto inovador e audacioso da prefeita Fafá Rosado. É muito mais que um monumento. É uma iniciativa de quem governa valorizando o nosso passado, para construir o futuro da nossa gente.

Um comentário:

Unknown disse...

tudo que eu precisava saber